segunda-feira, 6 de junho de 2011

SOU O QUE NÃO QUERO SER

Chora comigo onda que se espalha na praia, suja pelo homem imundo desse mundo que agoniza. Voa comigo, carcará faceiro, que teme voar no ar manchado pelos mísseis das guerras. Canta comigo, sabiá laranjeira que do alto da árvore, se finda na fome, que visita sua vida pelos desmatamentos. Ore comigo, capivara assanhada, paralisada, olhando para o cano da arma, que te aponta o seu furioso algoz. Sorriam comigo, todos os seres, que do patamar da vida, observam o homem escorregando e caindo no poço de lama que ele criou. Salte comigo lebre, sabida, que perdeu seu cerrado e fica escondida em meu quintal. Assovie comigo, saíra de sete cores, que entre os rumores do fim do mundo, bate suas asas na minha direção. Abra-se céu e tombe a chuva, que encanta e amansa a terra ressequida e sofrida, de muitos irmãos. Aborte mãe terra, seus filhos ingratos, que cagaram em ti e não respeitaram nem o colibri. Pisquem comigo, estrelas cadentes, que ao longe, entre um olhar e um calar, me fazem pensar se haverá um amanhã. Gritem comigo, hienas sensatas, que não se aproximam daqueles que lhes podem comer. Me ensinem ,albatrozes e gaivotas, um vôo perfeito em direção a luz. Sintam o meu cansaço, o meu tropeço, minhas pernas fraquejam no meu querer. Lutem comigo águas perdidas, passando as pedras, atingindo as curvas, de um rio maculado antes mesmo de nascer. Nasçam nascentes da água, que a cada dia fica mais rara de se beber. Vomitem comigo, matas e florestas o pó venenoso da poluição da manhã, que chaminés , escapamentos, num aumento infernal, infectam suas entranhas no pantanal. Pulse vida liberta, que os malfeitores não podem matar. Cavalguem comigo, bestas e burros, zebras e touros, cavalos e asnos, tapir e jegues, sem pátria e sem rumo, esperando o momento para desvanecer. Olhem o relógio do tempo, que trepida na frente da minha vida, do dia de ontem apagando a fonte do nosso viver. Olhem comigo, a vida que está ferida, de tanto morrer. Falo na voz da formiga, das joaninhas, da mariposa, das borboletas, que se desencantaram de tanto enfeitar os descasos dos homens, insaciáveis, em desrespeitar. Eu sou um elemento que entre tantos momentos se recusa a morrer. Sou água. Sou terra. Sou ar. Sou fogo. Sou homem, na minha incerteza de não querer ser.


CARLOS ROBERTO VENTURA

quinta-feira, 20 de maio de 2010

ASSOCIAÇÃO AMANARI
ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL
PARA QUE O FUTURO SEJA REGADO PELAS ÁGUAS DAS CHUVAS
CULTURA – MEIO AMBIENTE – ECOLOGIA - CIDADANIA
Rua Benedito Gonçalves dos Santos, 106 – 12.281-390 - Vila São João – Tel. (12) 3652-6537 – Caçapava/SP
http://coisasdalma.vila.bol.com.br
O SILENCIO DOS POLÍTICOS DIANTE DA ESCALADA DA DESTRUIÇÃO

Cada célula, a volitar pelo espaço, representa uma presença viva. Quando praticam a união, formam seres, dão formas as coisas, estabelecem um padrão vibracional, pulsante, aquecido pelo princípio universal do amor incondicional. A vida não depende da raça humana. A raça humana é dependente da vida. No jogo do existir, os homens são os mais terríveis predadores. Assassinos em potencial. Cada indústria poluente representa um gesto exterminador de células. O ar que respiramos é um cenário de partículas nocivas a saúde. Rios e oceanos são canais de esgoto e lixo. Animais são extintos como tribos de índios. O desrespeito e a ambição aliaram-se em nome da destruição. O bom senso não estabelece parâmetros e é pisoteado pelo capitalismo selvagem. Minha insistência em tentar conscientizar empresários, vereadores, prefeitos, governadores, deputados,senadores e presidentes, arrasta-se por décadas, sem que mudanças sejam reveladoras e cheias de esperanças. O continuísmo, o comodismo, os conluios, os acordos indecorosos, dentro do espírito de sustentabilidade de um regime caótico e destuidor, promove a cegueira, a surdez, gerados pela conivência e conveniência.  A palavra de ordem é o progresso a qualquer custo. Hidrelétricas. Usinas Nucleares. Condomínios. Mansões erguidas em santuários ecológicos. Indústrias poluentes. Em minha querida Caçapava não é diferente. Fábricas vomitam seus gases tóxicos no ar, sufocando moradores que não se cansam de reclamar e pedir providências dos órgãos públicos. Esgotos residenciais desfilam pelas avenidas e ruas. Fossas vazam em bairros importantes e populosos. Matas são substituídas por loteamentos e há proprietários de terras que recebem privilégios. Quantos defendem a vida? Quantos engordam seus cofres com a destruição de mananciais, matas, animais silvestres e nascentes d´água? Que silêncio covarde e insano é esse? Não estou preocupado em ser simpático as causas do mal...quero continuar a defender a vida, em todos os seus segmentos, ainda que o Poder Público seja indiferente aos meus apelos. O tempo mostrará...ainda que a tempo, não seja mais possível um tempo para a restauração da Sagrada Mãe Natureza.

CARLOS ROBERTO VENTURA
Presidente Interino

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

AMORELANDO

Esse espaço nasceu da minha convicção pessoal de que tudo é possível quando o pensamento está voltado para o amor...ainda que o machismo resista em realizar seu auto-sepultamento, precisamos irrigar os espíritos que acreditam na igualdade na diversidade.